24 de set. de 2010

Cotas? Raciais ou Sociais?

Argumento em favor das cotas raciais: os universitários cotistas formam-se com desempenho similar aos não-cotistas. Apesar dessa semelhança, constata-se facilmente que as melhores posições na sociedade brasileira sempre foram ocupadas por não negros.
Argumento contra: Essa dificuldade de acesso acontece só com a parcela negra do país, ou acontece também com a branca pobre?
Desconfiança: O tema parece ser importante e complexo demais para ser tratado por oportunistas de plantão.
Sugestão: Plebiscito nacional entre as 3 opções: "nada de cotas no Brasil"; "quero cotas raciais"; e "quero cotas sociais".

4 comentários:

Carlos disse...

Tem que ter também cota para carecas e barrigudos!

marcelochenko disse...

só discordo do plebiscito.

É certo que a função do plebiscito é consultar a população antes da criação de uma lei. Assim, sendo o resultado do plebiscito positivo seria imperativo a criação de uma nova norma para regular o sistema das cotas.

O problema é que a norma seria criada com base na vontade do povo, o que nem sempre é o mais sábio.

O presidente do STF, Peluso, diz que a função do Tribunal Supremo é reconhecer a constitucionalidade. É analisar a constituição, fruto de anos e anos de evolução social.
Defende Pelluzo que não deve o Supremo defender tudo que a sociedade acha certo, pois, dessa forma, o tribunal tornar-se-ia injusto até mesmo para a sociedade.

Dessa forma, é conhecido um caso em Portugal que, em 1933, por meio de plebiscito, a população autorizou a concentração de poderes na figura do presidente.

Assim, eu defendo que o plebiscito não poderia ser convocado para resolver qualquer questão social e, concluindo, defendo que o problema das cotas deveria ser decidido com base nas experiências que o mundo já teve em relação a isso.

Deveríamos, como nos EUA, propor a duração das as cotas por tempo limitado, afim de restaurar uma situação de desigualdade que, assim que equilibrada, ou parcialmente equilibrada, extinguiria as cotas.

Anônimo disse...

Creio que para plebiscito só pode ser entre duas alternativas, criar ou não criar algo, como foi na vez da opção entre monarquia e república.
Quanto à criação de cotas, sou contra qualquer cota, criação de cota é só uma saída fácil pra quem não quer investir em educação pública de qualidade.
Carmen

Ricardo Gol disse...

Acho que as cotas tem um papel importante, inclusive as raciais, pois são precursoras, no mundo, de uma atitude oficial do governo no combate à desigualdade social. O país manifesta e afirma sua posição no combate ao racismo.

Por outro lado, acho que cotas não são a melhor forma de faze-lo, mas talvez no momento, a única que cause o devido impacto, além de, ao mesmo tempo, ajudar a consertar o quadro.

Não sou a favor de um plebiscito. Se a idéia é combater o racismo, presume-se que existe uma parcela da população que é racista. Fazer um plebiscito é dar força a essa parcela de fazer valer a sua opinião. As cotas são uma solução necessária, e até agora a única, para um problema urgente. Se a solução não agrada, deve ser transformada ou aperfeicoada, mas não retirada.

Essa mudança, concordando em parte com o Marceloshneko, requer um amadurecimento por parte tanto da população quanto do próprio sistema, por meio de seus resultados.